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  • Vinícius Valente

Esquadrões Lendários: Brasil de 70

O maior time de todos os tempos marcou gerações e influenciou times atuais


Félix; Carlos Alberto Torres, Brito , Piazza, Everaldo; Jairzinho, Clodoaldo, Gerson, Rivellino; Pelé e Tostão. De cabo a rabo, essa era a escalação base da seleção que encantou e encanta o mundo até hoje. Um time que teve como técnico o gigantesco Mário Jorge Lobo Zagallo, que conta com duas Copas do Mundo ( 1958 e 1962 ) em seu currículo de jogador, uma como técnico, em 70, e uma como assistente técnico de Carlos Alberto Parreira, em 94.


Nas eliminatórias para a Copa, o Brasil foi perfeito: seis jogos e seis vitórias. Tudo parecia nos conformes para o México. Resultados ruins antes do torneio, desentendimentos, e falas* do então treinador João Saldanha sobre seus jogadores fizeram com que ele fosse demitido do cargo. A imposição do presidente Emílio Garrastuzi para que alguns jogadores fossem convocados também foi determinante na demissão de Saldanha. Zagallo chegou fazendo mudanças táticas. Piazza como quarto zagueiro, Rivellino na ponta esquerda e Tostão mais avançado. A questão da altitude foi extremamente bem trabalhada pelo Velho Lobo. O Brasil foi considerado, depois, a seleção melhor preparada fisicamente.





* Falas de João Saldanha


"Gérson não tem espírito de seleção"
"Tostão teve um deslocamento de retina, não pode mais jogar"
"Pelé está ficando cego"





Não é tão difícil encontrarmos por aí pessoas que dizem que Zagallo não foi tão importante para o título de 70, pois a seleção brasileira contava com uma constelação de craques. Engana-se quem pensa que somente de grandes jogadores se fazem grandes equipes. A equipe contava com cinco meias ofensivos: Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson e Rivellino. Nem todos eram "camisas 10" de fato, caso de Gerson, Jairzinho e, talvez, Tostão, pois jogava como falso centroavante no Cruzeiro e voltava para buscar jogo. Toda (ou quase) licença poética para esta seleção é cabível.


Hoje, o esquema usado na época poderia ser denominado como o famoso 4-2-3-1. Em outros momentos, 4-4-2, 4-3-1-2 e até mesmo 4-3-3.



Inicialmente, a equipe se postava desta forma. Laterais avançando bastante, principalmente Carlos Alberto. Clodoaldo, mesmo como primeiro homem, avançava ao ataque. Gerson era responsável por trabalhar melhor a bola com passes e lançamentos precisos. Rivellino cortava para dentro, mesmo sendo canhoto, pois era meia de origem e, assim, trazia mais qualidade ao meio. Jairzinho pisava muito na área e dava velocidade para esse time. Pelé tinha liberdade para atuar no meio, entrando na área e caindo pelos lados. Tostão era o falso centroavante da equipe. Ele e Pelé se entendiam perfeitamente em campo com suas movimentações constantes.


 


Uma variação dessa equipe lendária. A diferença era no meio pra frente. Clodoaldo tomava uma posição mais central mas continuava indo ao ataque. Gerson continuava comandando o setor, mas indo a frente e caindo pela direita. Rivellino atuava como meia pela esquerda. Buscava o jogo perto de Clodoaldo e encostava nos homens de frente. Jairzinho se mantinha como uma excelente opção pela direita. Pelé trocava com Tostão e atuava quase como um falso centroavante. Tostão caía pelo lado esquerdo, já que Rivellino vinha pro meio.



 

A equipe titular


Félix; Bastante contestado pelos torcedores que, na época, preferiam Leão. Mesmo com algumas falhas, foi seguro quando exigido. Félix foi injustiçado, assim como Barbosa em 50. Sobre isso, ele disse: "Pelo menos quando eu morrer que parem de dizer que o Brasil ganhou a Copa de 70 apesar do Félix. O Barbosa foi crucificado por não ter ganho a Copa de 50 e eu por ter ganho a Copa de 70. Duas grandes injustiças!"


Carlos Alberto Torres; Craque lendário na lateral direita. Defendia e atacava com extrema qualidade, não atoa, marcou um dos gols na final.


Brito; Era o destaque no miolo de zaga. Mesmo pouco lembrado e considerado coadjuvante, fez bem o seu trabalho e foi importante defensivamente.


Piazza; Muito técnico e mestre nos desarmes. Gigante na defesa.


Everaldo; Primeiro atleta de uma equipe gaúcha a vencer uma Copa do Mundo. Por esse feito, ganhou uma estrela dourada na bandeira do Grêmio, seu clube na época.


Clodoaldo; Jogou um absurdo nesta edição de Copa, viveu seu auge. Se mostrou extremamente técnico com gols e jogadas espetaculares. Dava equilíbrio para um time com DNA ofensivo.


Gerson; Famoso "canhotinha de ouro". Mostrou ter uma qualidade no passe invejável. Famoso pelos lançamentos precisos de 30, 35, 40 metros.


Jairzinho; Anotou gol em todas as partidas, o que até hoje é único. Extremamente decisivo, marcou o gol da vitória contra a Inglaterra, ainda na fase de grupos.


Rivellino; Falso ponta pela esquerda, possuía uma canhota poderosa. Popularizou o "elástico", tornando-o marca registrada do camisa 11. Alternava entre o meio de campo e o ataque.


Tostão; Dono de uma visão de jogo e técnica impressionantes. Abria espaço na zaga como "falso 9". Extremamente decisivo, foi um dos melhores meias/atacantes no Brasil nas décadas de 60 e 70.


Pelé; O rei, o maior de todos. Foi a grande estrela da Copa, com lances geniais, gols e jogadas fantásticas. Sua mágica sempre ficará guardada na memória de todos os brasileiros.




Invicto e com 100% de aproveitamento, a seleção de 70 sempre ficará guardada na memória de todos do planeta bola. A maior seleção de todos os tempos.



Momentos históricos



Defesa de Banks que ficou conhecida como "a defesa do século".




O gol que Pelé não fez, que até hoje é lembrado quando lances assim acontecem.




Drible desconcertante de Pelé que por pouco não se torna um golaço.



Pelé sendo carregado pela torcida após a conquista do título mundial.













**Um agradecimento especial ao site Imortais do Futebol, que inspirou a criação deste quadro.





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